Buscapé

domingo, 11 de agosto de 2013


Assassinato da família paulistana e o ensinamento espírita

Wellington Balbo  – Bauru SP


Alguns acontecimentos abalam toda a sociedade e chocam a opinião pública tamanha frieza e crueldade dos seus protagonistas. E a mídia, claro, faz seu papel de informar, algumas vezes de forma correta, outras de maneira bem sensacionalista, o que colabora sobremaneira para que se crie bandeiras, times, com algumas pessoas torcendo fanaticamente contra e outras a favor dos protagonistas da notícia em voga.
Culpado! Dizem alguns.
Monstro! Asseveram outros.
Foi este ou aquele! Afirmam precipitados.
No entanto, a verdade não raro está oculta, encoberta por uma bem tramada história. E vamos nós no embalo a emitir julgamentos com pálidos conhecimentos do que de fato ocorreu.
A Doutrina Espírita, porém, tem o papel e dever de dar o contraexemplo em face das notícias sensacionalistas e acordar as pessoas para a realidade.
No caso da família da zona Norte de São Paulo que teve todos os seus membros assassinados de forma brutal no último dia 5 de agosto de 2013 e suspeitas de que foi um jovem de 13 anos o autor de tamanha barbárie contra a própria família, o que diz o Espiritismo a respeito de fatos como este?
Bem, tendo Jesus como modelo e guia o Espiritismo ensina que, embora não seja proibido ter opinião, é preciso, ao externalizá-la, usar a caridade e o não julgar. Exatamente! Não julgar, porquanto não conhecemos a verdade, não sabemos mesmo se foi o garoto o autor do crime, e diante de nossa ignorância não podemos emitir palavras apenas por emitir, sem compromisso com a caridade, ou pensamentos que só irão afetar os envolvidos em tão trágico acontecimento.
Somos seres que pensam, e nosso pensamento tem enorme poder, atingem o outro, colaboram ou ajudam a desestabilizar almas que já estão em conflito.
Allan Kardec comenta em A Gênese: “Que um homem tenha, por exemplo, a idéia de matar um outro, por impassível que seja seu corpo material, seu corpo fluídico é posto em ação pelo PENSAMENTO do qual reproduz todas as nuanças; ele executa fluidicamente o gesto, o ato que tem o desejo de realizar; seu PENSAMENTO cria a imagem da vítima, e a cena inteira se pinta, como num quadro, tal qual ela está em seu espírito.”
Observe que temos grande responsabilidade sobre o que pensamos, as atitudes têm início sempre em nossa mente. Daí porque devemos ter a prudência para não lançarmos dardos mentais aos espíritos envolvidos em acontecimento tão doloroso. Infelizmente nossos pensamentos são um tanto quanto indisciplinados e nada caridosos, e em face de atitudes infelizes dos outros lá estamos nós a lançar nossos julgamentos, não raro impiedosos.
Qual a postura de um cristão?
A de tranqüilidade evitando qualquer exasperação e, se possível, orar para os envolvidos, a fim de que a prece feita de coração possa alcançá-los e suavizar um pouco suas dores.
Se procurarmos praticar a empatia, ou seja, nos colocarmos no lugar do outro, verificaremos que fatos assim podem acontecer em nossa família, com nossos afetos. Como, então, gostaríamos que os outros agissem? Urrando palavras de ódio, afirmações sem certeza da verdade? Ou preferiríamos que guardassem silêncio ante nossa dor e nos respeitassem, orando para que o tempo auxilie-nos a superar tão intrincado drama?
Obviamente que quereríamos a caridade, a postura serena e cristã.
Recado dado.
Não sabemos o dia de amanhã, não sabemos o que nos espera e o que o futuro nos reserva.
O notável Shakespeare tem pensamento interessante:
“Deixe vir o que me aguarda”.
O que será que nos aguarda no futuro?
Definitivamente não sabemos. Sabemos apenas que necessitaremos da caridade alheia, de preces e muito amor para superarmos os nossos próprios desafios.
Pensemos nisto.





Wellington Balbo (Bauru – SP) é membro da Rede Amigo Espírita

sábado, 2 de março de 2013

Divulgação da Doutrina Espirita

RADIO BOA NOVA

A História da Radio Boa Nova

O início

Em 1949 começou o trabalho do Centro Espírita Nosso Lar, no bairro de Santana, na cidade de São Paulo. Depois de alguns anos, em 1958, guiados por uma orientação espiritual, deu-se início ao atendimento às crianças portadoras de deficiência intelectual e física. Dentro desta proposta, a equipe de trabalho chegou à conclusão que além de tratar e cuidar de pessoas com deficiência, teriam que ir direto à causa. Sendo assim, a melhor maneira era a comunicação, levando conhecimentos doutrinários para as pessoas, como uma forma de prevenção.

Pelos telhados – emissora de rádio

Em 1963,  a Rádio Clube de Sorocaba é adquirida. No ano seguinte, 1964, a Rádio Difusora, na cidade de Guarulhos, São Paulo também passou a fazer parte do projeto. Mas foi apenas no ano de 1975 que viria a ser chamada Rádio Boa Nova Ltda.
Sr. Osmar      
Sr. Osmar Marsili                       Sr. Gastão de Lima Neto                                                        
É importante dizer das dificuldades que os iniciadores deste projeto tiveram; de início quase não deu certo, mas Osmar Marsili rapidamente reuniu um grupo de conselheiros que juntos deram novos rumos nos trabalhos. Foi então, que em julho de 1980, o grupo visitou Chico Xavier em Uberaba, que fortaleceu o ideal dessas pessoas, dizendo que os ensinamentos da Doutrina deveria chegar pelos telhados. Naquele momento, o grupo teve certeza que estavam trilhando no caminho certo.

Fundação Espírita André Luiz

1990 foi um ano de extrema importância com relação aos trabalhos de divulgação da Doutrina Espírita. No mês de dezembro foi fundada a Fundação Espírita André Luiz com a proposta de focar o trabalho na divulgação da doutrina espírita por meio de livros, programa de rádios, TV e Internet.
 
A emissora continuava seu trabalho, sempre com muita dedicação dos voluntários e colaboradores, apesar do pequeno alcance da transmissão. Mas em 1995 aconteceu o primeiro aumento de potência, passando a ter 5.000 watts, deixando de ser uma emissora local e abrangendo São Paulo. Mas, Ainda assim, estávamos em constante crescimento: em janeiro de 2000 foi implantada a primeira rede de rádio espírita a utilizar os sistemas mais avançados de comunicação eletrônica, o que facilitou o acesso a pontos remotos do Brasil e parte do continente latino americano, com padrão de qualidade superior.
Transmissões
Depois deste avanço significativo, estava muito mais fácil chegar a lugares diferentes. Poder levar para as pessoas o que estava acontecendo em lugares diferentes do país e do mundo passou a ser um grande objetivo. E foi assim que aconteceu. O primeiro congresso a ser transmitido ao vivo para todo o Brasil pela antena parabólica, pelo Canal do Boi, foi o Congresso Brasil Portugal, uma parte das comemorações dos 500 anos do Descobrimento do Brasil, em março de 2000. Desde então, a Rádio Boa Nova, todos os anos faz coberturas de grandes e importantes eventos espíritas.

Clube Amigos da Boa Nova

Os ouvintes da Rádio Boa Nova sempre foram peças chaves para a continuidade do nosso trabalho. Em todos os momentos, foram eles que incentivaram, corresponderam às nossas expectativas e serviram de base para o rumo a seguir. Pensando nisso, foi criado o Clube do Ouvinte, o qual mudou de nome anos depois,  para Clube Amigos da Boa Nova.
 

Internet

O ano de 2001 foi bastante significativo com a questão de avanços tecnológicos. A Internet impactou todo o universo da comunicação contribuindo com mudanças significativas no âmbito de alcance. Sendo assim, desde 2001 a RBN também é transmitida pela Internet, atingindo ouvintes brasileiros que moram em vários lugares do mundo, que procuram por ensinamentos espíritas e uma programação diferenciada, pois em muitos lugares o espiritismo não foi disseminado.

Televisão

Mesmo com tanto trabalho por fazer o próximo – e ousado – passo ainda estava a ser dado: pelo conteúdo e empenho de vários colaboradores foi possível fazer a primeiro transmissão pela televisão. Foi em julho de 2003 que foi ao ar o primeiro programa Boa Nova na TV, o que daria início aos trabalhos da TV Mundo Maior.

Parabólica Digital

Outro passo de extrema importância para a divulgação da Doutrina Espírita foi dado em 2006 pela Fundação Espírita André Luiz. A aquisição de uma parabólica digital que ampliou a qualidade das transmissões da Rede Boa Nova de Rádio e também da TV Mundo Maior
Extraido na integra do site: http://www.radioboanova.com.br
Nota: Através do Android (smartphones e tablets) você pode baixar o aplicativo REDE BOA NOVA do Google play e ouvir quando e onde quiser.
Maria 

sábado, 9 de fevereiro de 2013

A MORTE COLETIVA NA VISÃO ESPIRITA


“Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!” Mateus 18:7


29/01/2013 – Boate Kiss – Santa Maria - RS


Hoje (09/02/13) o número de mortos da Boate Kiss, em Santa Maria, RS, é de 238 pessoas e 67 outras continuam internadas. A maioria das mortes foi por envenenamento de gases tóxicos.

Em 04 de fevereiro o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA-RS) apresenta parecer técnico sobre incêndio na Kiss:

 “Não houve fatalidade, houve uma sequência de erros”

O relatório confirma as causas já apontadas pela imprensa: a combinação de espuma inflamável e tóxica com uso de fogos de artifício, falha nos extintores de incêndio, a dificuldade de evacuação, a deficiência na iluminação de emergência e a falta de um mecanismo para retirar a fumaça.

RESGATE - SANTA MARIA


01/02/1974 - Edifício Joelma – São Paulo – SP


Essa tragédia vitimou 188 pessoas que morreram queimadas ou se jogaram das janelas do prédio de 25 andares.

Inaugurado três anos antes, o edifício ardeu em chamas após um curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado do 12º andar tomando em minutos todo o prédio em labaredas e densa fumaça.

VITIMAS DO JOELMA



17/12/1961 - Gran Circus – Niterói – RJ


Cerca de 3 mil pessoas lotavam a grande tenda de espetáculos quando o fogo teve início. Em poucos minutos, todo o teto de parafina derreteu sobre o público. Em meio ao pânico generalizado, dezenas de pessoas foram pisoteadas pela multidão e por uma elefanta do circo, que fugiam em direção ao lado de fora.

A escalada do número de vítimas - inicialmente, foram contabilizados 300 mortos, posteriormente ampliados para 400 até chegar ao número oficial de 503.

Apesar de diversos relatos de precariedade das instalações, a responsabilidade pelo incêndio recaiu sobre um ex-funcionário do circo que havia sido demitido.


RESGATE DE VITIMA NO CIRCO

TRAGÉDIAS COLETIVAS. POR QUE?

 
É nessas horas que perguntamos: Por que acontece esse tipo de coisas? Qual a finalidade desses acidentes que causam a morte conjunta de várias pessoas? Como a Justiça Divina pode ser percebida nessas situações? Por que algumas pessoas escapam?

Claro que sabemos que Deus não nos julga e nem nos castiga.

Fatalidade, destino, azar são palavras que não combinam com a Doutrina Espírita, da mesma forma que a sorte daqueles que escapam desse tipo de situação, sempre há os relatos daqueles que desejavam estar no local da tragédia e não conseguiram; daqueles que estavam no cenário e não sofreram nada além do susto; e tantos outros.

Então, para a Doutrina Espírita, como se explicam casos como esse? A resposta está no resgate coletivo, conceito que envolve a correção de rumo de um grupo de Espíritos que em alguma outra encarnação cometeu atos semelhantes – e muitas vezes em conjunto – de descumprimento da lei divina e que, portanto, para individualmente terem a consciência tranquilizada  precisam sanar o débito. Toda a problemática, nesse caso, está no trabalho dos mentores na reunião desses Espíritos de modo a que juntos possam se reajustar frente à Lei Divina.


POR QUE AS MORTES COLETIVAS?

(Quem responde é Leon Denis, Filósofo Francês e Espírita)

Pergunta-se às vezes o que se deve pensar das mortes prematuras, das mortes acidentais, das catástrofes que, de um golpe, destroem numerosas existências humanas. Como conciliar esses fatos com a idéia de plano, de providência, de harmonia universal?

As existências interrompidas prematuramente por causa de acidentes chegaram ao seu termo previsto. São em geral, complementares de existências anteriores, truncadas por causa de abusos ou excessos. Quando, em conseqüências de hábitos desregrados, se gastaram os recursos vitais antes da hora marcada pela natureza. Tem-se de voltar a perfazer, numa existência mais curta, o lapso de tempo que a existência precedente devia ter normalmente preenchido. Sucede que os seres humanos, que devem dar essa reparação, se reúnem num ponto pela força do destino, para sofrerem, numa morte trágica, as conseqüências de atos que têm relação com o passado anterior ao nascimento. Daí, as mortes coletivas, as catástrofes que lançam no mundo um aviso. Aqueles que assim partem, acabaram o tempo que tinham de viver e vão preparar-se para existências melhores.

(LEON DENIS, no Livro O problema do Ser do Destino e da Dor, primeira parte, item X - a Morte)
  
O Espiritismo explica com muita coerência, que cada um recebe segundo as suas obras, porque todos estamos submetidos à Lei de Ação e Reação ou de causa e efeito e à Lei de Evolução ou de Progresso.

Segundo a primeira, os seres humanos, com nossos pensamentos, sentimentos e ações, criamos causas que terão um efeito posterior. O caráter positivo ou negativo das causas vão gerar o gênero desses efeitos. É uma Lei que não castiga, mas que reajusta as ações cometidas pelo uso do nosso livre arbítrio. Age devolvendo o caminhante desviado e perdido ao caminho correto do bem e do progresso, através das encarnações sucessivas.

A Lei de Evolução ou do Progresso rege a transformação contínua de tudo o que possui vida, desde os estados rudimentares e inferiores, até formas mais perfeitas e complexas. Por intermédio dessa Lei, o ser humano passou a ser o homem “civilizado” de hoje, abandonando suas etapas selvagens e primitivas. Graças à Lei de Evolução e às provas sucessivas, às quais ela nos submete em nossas existências múltiplas, os seres humanos vamos corrigindo nossas imperfeições, transformando nossos defeitos e debilidades em virtudes ou qualidades, que nos empurram à conquista da vida espiritual. A aplicação do nosso livre arbítrio fará com que essa Lei nos faça caminhar pelas trilhas do bem, do amor e da felicidade, ou ao contrário, pelo caminho da dor.

REAJUSTES NECESSÁRIOS


Gerson Simões Monteiro, presidente da “Fundação Espírita Cristã C. Paulo de Tarso”, em um artigo sobre as mortes coletivas, escreve que as vítimas de um terremoto poderiam ser antigos guerreiros que, numa encarnação anterior, destruíram cidades, lares, mataram mulheres e crianças sob os escombros de suas casas e vitimaram a milhares de pessoas. Numa nova encarnação, são “atraídos por uma força magnética pelos crimes praticados coletivamente, reúnem em determinadas circunstâncias, e sofrem “na pele” por meio de um terremoto ou outra catástrofe semelhante, o mesmo mal que fizeram às suas vítimas indefesas de ontem.” São faltas individuais que influem no coletivo.

Acrescentamos que os sobreviventes também são chamados a uma transformação moral, a uma mudança em suas vidas, mas há pessoas que se aproveitam da situação de caos, em uma região que sofreu citado terremoto, para saquear, roubar, violentar e que se beneficiam com egoísmo das doações recebidas. Para essas, a lição não é suficiente e se comprometem mais seriamente ante a coletividade.

Temos também outro exemplo real, explicado nas páginas da literatura espírita. No dia 17 de dezembro de 1961, um circo pegou fogo na cidade de Niterói (Rio de Janeiro) e cerca de 500 pessoas faleceram.

No livro “Cartas e Crônicas”, psicografado por Francisco Cândido Xavier, o Espírito Humberto de Campos relata a causa do acidente.

No ano 177 da Era Cristã, Marco Aurélio reinava no império romano. Mulheres, homens, crianças, anciões e enfermos cristãos eram detidos, torturados e exterminados. “Mais de 20 mil pessoas já haviam sido mortas”.

Chegou a notícia da visita do famoso guerreiro Lúcio Galo naquelas terras e os donos do poder queriam homenageá-lo de maneira grandiosa e original. Decidiram queimar milhares de cristãos num espetáculo “à altura” do visitante.

“Durante a noite inteira, mais de mil pessoas, ávidas de crueldade, vasculharam residências humildes e, no dia subsequente, ao Sol vivo da tarde, largas filas de mulheres e criancinhas, em gritos e lágrimas, no fim de soberbo espetáculo, encontraram a morte, queimadas nas chamas alteadas ao sopro do vento, ou despedaçadas pelos cavalos em correria.”

“Quase dezoito séculos passaram sobre o tenebroso acontecimento... Entretanto, a justiça da Lei, através da reencarnação, reaproximou todos os responsáveis, que, em diversas posições de idade física, se reuniram de novo para dolorosa expiação, a 17 de dezembro de 1961, na cidade brasileira de Niterói, em comovedora tragédia num circo.”

O notável Mediunato de Chico Xavier também nos esclarece outro fato real ocorrido em São Paulo, no dia 1º de fevereiro de 1974, data em que o Edifício Joelma se incendiou e deixou 188 mortos.

O Espírito Cyro Costa e Cornélio Pires se manifestam por psicografia e deixaram dois sonetos que revelavam a causa das mortes em massa no incêndio. As vítimas resgatavam os “derradeiros resquícios de culpa que ainda traziam na própria alma, remanescentes de compromissos adquiridos em guerra das Cruzadas. (Cyro Costa)

Varrem com fogo e pranto as sombras de outras eras
Combatentes da Cruz em provações austeras,
Conquanto heróis do mundo, honrando os tempos idos. (Cyro Costa)

 É momento de reflexão e oração!!!

Maria

Fontes de pesquisa:


  




domingo, 27 de janeiro de 2013

Mais uma vez a violência

Porque o Brasil é violento?

Uma vez eu vi em um programa de tv um historiador da USP (Universidade de São Paulo) falando sobre a violência e foi categórico em dizer que a violência sempre existiu e que nos dias de hoje muitas formas desconhecidas de violência  estão mais evidentes e conhecidas por conta da globalização. 



Mulher vitima 

A violência urbana afeta a ordem pública e toda a sociedade, independente de classe social, englobando diversos tipos de violência: doméstica, escolar, dentro das empresas, contra idosos, crianças, entre outras. Não há uma causa específica para a violência, apesar de muitos especialistas apontarem a má distribuição de renda como fator principal.


Ônibus queimado

De fato, a desigual distribuição de renda desencadeia um circulo vicioso que vai da privação da educação e de condições básicas de saúde e moradia até o desenvolvimento de caminhos ilegais e a criminalidade. Mas por outro lado, se a pobreza realmente fosse a causa principal da violência urbana brasileira, cidades nordestinas teriam os índices mais altos de violência. Sendo assim, outras causas seriam a desestruturação familiar, o desemprego e o crescimento do crime.

Hoje, no Brasil, a violência, que antes estava presente nas grandes cidades, espalha-se para cidades menores, à medida que o crime organizado procura novos espaços. Além das dificuldades das instituições de segurança pública em conter o processo de interiorização da violência, a degradação urbana contribui decisivamente para ele, já que a pobreza, a desigualdade social, o baixo acesso popular à justiça não são mais problemas exclusivos das grandes metrópoles. Na última década, a violência tem estado presente em nosso dia-a-dia, no noticiário e em conversas com amigos. Todos conhecem alguém que sofreu algum tipo de violência. Há diferenças na visão das causas e de como superá-las, mas a maioria dos especialistas no assunto afirma que a violência urbana é algo evitável, desde que políticas de segurança pública e social sejam colocadas em ação. É preciso atuar de maneira eficaz tanto em suas causas primárias quanto em seus efeitos. É preciso aliar políticas sociais que reduzam a vulnerabilidade dos moradores das periferias, sobretudo dos jovens, à repressão ao crime organizado. Uma tarefa que não é só do Poder Público, mas de toda a sociedade civil.


                                           Cracolandia: homem de terno usando a droga

O ser humano é violento ou produto do meio?

Diversas teorias psicológicas afirmam que a agressividade é própria do ser humano, mas ao mesmo tempo colocam a importância da cultura, da vida social, como reguladoras dos impulsos destrutivos. A função de controle ocorre no processo de socialização onde é esperado que os vínculos significativos estabelecidos com os outros seja determinante na internalização dos controles. Afirmam ainda que a agressão apresenta-se como um mecanismo de defesa, na forma de deslocamento ou sublimação. Na impossibilidade de ver realizado seu desejo, o psiquismo reage e desloca a energia para a agressividade.
Fiorelli, José Osmir & Mangini, Rosana C. Ragazzoni (2009, p. 271) fornece um exemplo característico: o individuo apresenta um comportamento agressivo ("a criança chora para ganhar um doce"); consegue o que quer ("a mãe dá o doce"); ela volta a agredir pelo mesmo ou outro motivo ("generaliza o comportamento") e obtém novamente sucesso. Torna-se cada vez mais agressiva.
A abordagem psicológica da linha social-cognitiva, representada por Bandura, diz que a agressividade pode ter origem nos modelos: a criança e o adolescente aprendem o que é considerado mera agressividade ou violência com os pais, colegas de escola, ídolos etc. A partir daí, passam a se comportar de forma a repeti-los, para estar "à altura deles". Também a psicologia humanista discute o tema ao dizer que o heroísmo da violência e dos violentos, amplamente divulgado pela mídia, desenvolve a percepção para os benefícios da agressividade na conquista de status, representando um fator motivacional, segundo a hierarquia de Maslow.

O que a ciência vê como uma deformação de ordem puramente constitucional ou como instinto primordial do homem, ou, ainda mesmo, como aprendizado ou herança eminentemente cultural, a ciência espírita compreende por outro prisma, porque leva em consideração, sobretudo, os “antecedentes espirituais”, isto é, o conjunto de disposições e tendências do espírito, e não, propriamente, as anomalias e deficiências da constituição somática ou da estrutura psíquica ou social do indivíduo.

A Doutrina Espírita entende o violento como um doente espiritual e não como produto do meio social nem como resultado de uma degenerescência hereditária e, muito menos ainda, como um ser criado com instinto destruidor, do qual ele não pode fugir. Se o indivíduo fosse fruto de seu meio, toda a sociedade bem organizada teria como produto homens de bem. Do mesmo modo, se admitíssemos a tese da hereditariedade, o grau de criminosos numa família oriunda de pais criminosos teria que ser mais elevada do que vemos normalmente.

Para entender o nível evolutivo dos Espíritos que vivem em nosso mundo, vejamos o que Santo Agostinho (Espírito) escreveu no ano de 1862:

“(...) nem todos os Espíritos que encarnam na Terra vão para aí em expiação. As raças a que chamais selvagens são formadas de Espíritos que apenas saíram da infância e que na Terra se acham, por assim dizer, em curso de educação, para se desenvolverem pelo contacto com Espíritos mais adiantados. Vêm depois as raças semicivilizadas, constituídas desses mesmos os Espíritos em via de progresso. São elas, de certo modo, raças indígenas da Terra, que aí se elevaram pouco a pouco em longos períodos seculares, algumas das quais hão podido chegar ao aperfeiçoamento intelectual dos povos mais esclarecidos.

Eis a informação a que nos reportamos:

“Vivendo encarnados no Planeta quase dois bilhões de individualidades humanas, esclareceu o benfeitor que mais de um bilhão é constituído por Espíritos semicivilizados ou bárbaros e que as pessoas aptas à espiritualidade superior não passam de seiscentos milhões, divididas pelas várias famílias continentais. Torna-se fácil, portanto, avaliar a extensão do serviço regenerativo além do túmulo, considerando-se que homem algum se transforma instantaneamente.” (Voltei, livro psicografado Irmão Jacob.)

Não é difícil compreender por que o nosso planeta continua a ser, e o será por longo tempo, um mundo de provas e expiações, constituindo a violência e a criminalidade tão-somente reflexas dessa condição e do estágio evolutivo em que nós, os terráqueos, ainda nos encontramos.

Pena de morte?


É comum a cada crime que acontece e há que dizer que a cada dia os crimes estão mais cruéis, volta-se a falar da pena de morte.

Se lermos e entendermos tudo que acima foi relatado haveremos de nunca pensar nessa possibilidade.

Senão vejamos:


Os criminosos de hoje provavelmente serão as vítimas de amanhã. As vítimas de hoje provavelmente cometeram crimes no seu passado milenar. Na verdade, todos já cometemos crimes terríveis, não podemos nos iludir a respeito. O que nos diferencia uns dos outros é o que aprendemos após isso, é o tempo que decorreu desde o nosso arrependimento sincero.